sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

O que é Medicina Nuclear?



A Medicina Nuclear é uma especialidade médica que utiliza materiais radioativos com fins diagnósticos e terapêuticos. A maioria dos procedimentos diagnósticos consiste na obtenção de imagens (chamadas de mapeamento ou cintilografia), que mostram a concentração de materiais radioativos nos órgãos do paciente. O termo “cintilografia” provém do equipamento que detecta o material radioativo, chamado de câmara de cintilação. O aparelho tem este nome porque emite uma pequena luminosidade (ou cintilação) ao detectar a radiação proveniente do paciente, e é esta cintilação que será convertida no sinal que irá formar a imagem.
A cintilografia é diferente de outros métodos de imagem, como por exemplo a radiografia simples ou o ultra-som, porque tem por objetivo avaliar a função dos órgãos e não apenas sua morfologia. A avaliação funcional é baseada na capacidade que os órgãos e células do nosso organismo têm de concentrar e metabolizar diferentes substâncias. Ao administrarmos compostos radioativos semelhantes a estas substâncias naturalmente concentradas ou metabolizadas, passamos a ser capazes de “enxergar” como é que nossos órgãos e células estão trabalhando.
Muitos compostos radioativos ou radiofármacos diferentes podem ser utilizados para estudar a função de diferentes estruturas. Deste modo, um tecido doente que tenha perdido a capacidade de concentrar alguma substância será visto como uma área de menor captação do radiofármaco na cintilografia. Também pode acontecer de um tecido doente apresentar excessiva afinidade por outros compostos, aparecendo em um outro exame de medicina nuclear como uma área com aumento da captação de radiofármacos.
Como exemplo dos conceitos citados acima, podemos citar a cintilografia da tireóide.
A cintilografia da tireóide pode ser feita com o iodo radioativo, um elemento quimicamente idêntico ao iodo encontrado na alimentação e que serve como base para a síntese dos hormônios da tireóide. A cintilografia da tireóide irá demonstrar quais as áreas da tireóide que estão sintetizando muito hormônio (que irão apresentar excessiva concentração do iodo radioativo) e as áreas que estão sintetizando pouco hormônio (com baixa concentração do iodo).
O intervalo entre a administração do material radioativo por via intravenosa ou oral e a sua concentração irá depender de qual o composto utilizado e qual a velocidade do metabolismo no órgão estudado. Por este motivo, o intervalo para iniciar a obtenção das imagens e a duração do estudo é diferente para cada tipo de cintilografia.
As doses de radiação dos procedimentos diagnósticos em Medicina Nuclear são baixas e não provocam efeitos colaterais, sendo semelhantes às doses de um estudo radiológico convencional. Apesar da baixa dose de radiação, os estudos de Medicina Nuclear não devem ser realizados em mulheres grávidas. As pacientes que estejam amamentando devem procurar orientação médica antes da marcação do exame. Não costuma existir qualquer outro tipo de reação aos materiais injetados.

Definição criada pelo Dr. Marcelo Tatit Sapienza


Imagens adquiridas em pesquisas na internet (neurovisao.zip.net)

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